Férias = Tela liberada?

Nas férias, é comum os adultos relaxarem as regras - e isso é esperado. Mas quando o tempo de tela aumenta demais, o cérebro infantil paga um preço alto:

  • Sono fragmentado
  • Irritabilidade e birras
  • Dificuldade de concentração
  • Hipersensibilidade emocional

O uso prolongado de telas ativa o sistema de recompensa cerebral, liberando dopamina em excesso. O problema? Isso gera um padrão de "querer mais" e menor tolerância à frustração ? terreno fértil para as temidas birras.

Sono bagunçado, emoções em colapso

O cérebro infantil precisa de sono estruturado para consolidar aprendizados, processar emoções e se autorregular. Quando a criança dorme tarde, acorda em horários variados e está hiperestimulada, o corpo entra em modo de alerta:

  • A amígdala cerebral (centro do medo e da raiva) fica hiperativa
  • O lobo pré-frontal (raciocínio, lógica, controle) fica hipoativo
  • Ou seja, a criança sente tudo mais forte e pensa menos antes de reagir. As birras, nesse contexto, são respostas a um sistema nervoso desorganizado.

Telas não são vilãs, mas precisam de limite

Não se trata de proibir, e sim de equilibrar. O cérebro infantil ainda está em formação e precisa de pausas, tédio criativo e estímulos reais (movimento, interação, contato afetivo).
Sugestões práticas:

  • Estabeleça horários fixos para uso de telas
  • Evite telas 1h antes de dormir
  • Proponha atividades físicas simples (corrida, bicicleta, pular corda)
  • Incentive brincadeiras imaginativas e livres

O cérebro da criança precisa de previsibilidade

Mesmo nas férias, manter algumas rotinas básicas (alimentação, sono, banho) ajuda a reduzir estresse. O cérebro imaturo busca segurança em padrões.
Pequenas ações fazem grande diferença:

  • Avisar antes das transições ("Daqui a 10 minutos vamos desligar")
  • Criar um ritual do sono (história, música calma, luz baixa)
  • Nomear emoções com empatia ("Você está frustrado porque queria continuar jogando")

Férias podem ser um respiro, não um caos

É possível viver férias leves e saudáveis sem cair em extremos. Nem tudo precisa ser planejado, mas também não precisa ser um vale-tudo.
O equilíbrio entre tela, sono e conexão é o segredo para um cérebro mais calmo e um coração mais seguro.

Se seu filho está mais irritado, choroso ou com sono bagunçado nas férias, respira: isso é mais comum do que parece. Mas há caminhos possíveis para acolher, reorganizar e fortalecer a relação com ele ? mesmo nos dias mais confusos. A psicoterapia infantil pode ajudar você a compreender os sinais do seu filho e oferecer o suporte emocional que ele precisa.

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Renata Fiuza - Doctoralia.com.br