O mesmo enredo, de novo
Você promete que esse ano vai ser diferente. Mas aí chega dezembro? e você se sente igual. É como se algo o puxasse de volta pro mesmo ponto. As mesmas brigas, a mesma solidão, os mesmos conflitos familiares, os mesmos vazios.
Isso não é falta de força de vontade. É padrão emocional. É memória corporal. É o seu sistema tentando te proteger ? mesmo que te machuque.
O cérebro ama o que é previsível
Nosso sistema nervoso prefere o conhecido ao saudável. Mesmo padrões que nos fazem sofrer podem ser "reconhecíveis" pelo cérebro, o que dá uma sensação de controle. Por isso, às vezes é mais fácil repetir do que mudar.
A repetição emocional, nesse caso, não é escolha consciente ? é neurobiologia tentando se proteger de surpresas.
O ciclo se repete até ser olhado
Na psicologia, chamamos isso de compulsão à repetição. Repetimos cenários, relações e emoções na tentativa inconsciente de ter um desfecho diferente ? ou de ao menos dar sentido ao que antes doeu.
É como se cada dezembro fosse uma nova chance de "curar" aquele roteiro antigo. Mas, sem consciência, a gente só revive. Não resolve.
A interrupção começa com a consciência
Romper ciclos exige duas coisas: olhar para eles e sentir o que nunca pôde ser sentido. E esse é um trabalho emocional profundo ? que muitas vezes precisa de suporte.
É por isso que a psicoterapia não fala de resoluções mágicas de fim de ano, mas de pequenas mudanças conscientes, feitas de dentro pra fora.
Se dezembro sempre traz à tona as mesmas dores, talvez seja hora de escutá-las com um novo olhar. A repetição é um pedido de acolhimento, não de culpa. A psicoterapia pode ser o espaço seguro para entender por que dói ? e, finalmente, escolher um novo caminho. Vamos conversar?

